quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Negro

Já que a Thaise se lembra de parte deste poema, que foi para um trabalho do colégio, acho que ele merece ser postado aqui. Afinal, se alguém além de mim lembra dele, deve valer alguma coisa, não é?



Negro

Negro,
Palavra tão vasta
Sentido ambíguo,
Negro negrume,
Negro nasci.

Escuro infinito,
Negra noite
Negras idéias
Rondam cabeças
De negras pessoas.
Negras por dentro,
Por fora, porém,
Falso brancume.

Negro também,
Sentimento impuro
Tristezas da vida
Tristes momentos.

Mas ainda há,
Negro alegria,
Negro do samba,
Negro do dia.
Simplesmente,
NEGRO.

20.10.1997
Bárbara Nassif - 14 anos

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Pandora

Saindo do forno, sem revisão nem nada. Direto dos meus pensamentos pra internet.
E seja o que Deus quiser! :)



Pandora

Um dia peguei meus medos
Minhas dúvidas, meus receios
Juntei tudo em uma caixinha preta
E tranquei dentro de minh’alma

Mas junto delas guardei algo mais
Alguns sonhos perdidos
Minhas paixões mal resolvidas
E desejos mais secretos

E lá no fundo do meu ser permanecem
Sem incomodar
Sem florescer
Sem me fazer feliz
Ou me fazer sofrer

Mas mesmo escondida bem fundo
Ainda existe
Ainda é parte de mim
Ou é algo que eu deveria ser

Terei eu algum dia coragem para abrir essa caixa de pandora?

24/08/2012



sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Vampiro

Impressionante relembrar que algumas paixões de hoje surgiram há mais de 10 anos...
E da onde saia tanta paixão, quando eu era adolescente, pra escrever esse tipo de coisa??


Vampiro

Sugue meu sangue
Leve minha alma
Quero ser como você,
Um ser da noite,
De olhos brancos,
Pele gélida,
Beleza incomparável
E eterna juventude

Não quero mais ver luzes
Somente as fabricadas
O sol não mais me interessa
Quer ter só na memória
A tarde avermelhada
Do sol se pondo
Quero ir para longe
Quero voar,
Subir até as nuvens mais negras da noite

Meu único alimento
Será o que antes me mantinha
Não quero mais sentir o meu pulso
Mas quero ter o pulsar do sangue de outros
Dentro do meu próprio corpo

Quero dar a minha vida de mortal
E sacrificar-me para todo o sempre
Até o dia que acabar
Quando não mais agüentar
Essa vida noturna
E me arriscarei a ver
Pela, então última vez
Pois cinzas me tornarei
Só para poder contemplar
O que um dia disse que não mais queria ver
A tardinha avermelhada
Do meu último pôr do sol

16.04.1998
Bárbara Nassif - 14 anos

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O que pedi

Faz tanto tempo que não posto nada...
Em poucos meses, bastante coisa aconteceu! Fui à Europa, voltei. Conheci gente. Fiz festas. Fechei 5 anos de Dell. Mudei de posição no trabalho.

Mas nenhuma evolução no meu tratamento pra Fibromialgia. Tomei uns remédios, fiz massagens... Nada!
Devo começar Pilates em breve... Tomara que dê resultado!

E hoje, não sei por que, comecei a olhar poemas antigos.
Tem uns bonitos, cheios de sentimento (tem uns bem fraquinhos tb!), e os mais recentes são de 2001... Dá pra acreditar que faz mais de 10 anos que não escrevo uma poesia? Então, resolvi dividir algumas aqui! :-)
Algumas são "batidas", conhecidas. Outras, como a que está abaixo, nunca mostrei pra ninguém...
Quem sabe uma hora dessas volta a inspiração?


O que pedi

Pedi a Deus um amor
E Ele me mandou um anjo
Lindo, puro, imaculado
Porém impossível de se amar

Um anjo idolatrável
Inteligente, mas sem malícias
Radiante
Com sua pele alva e olhos de safira
Porém, impossível de se amar

Pedi apenas um amor
Mas foi-me enviada uma vida
Um ser cândido, dependente
Muito mais do que perfeito
Porém, impossível de se amar

Meu amor era tão quente
Ardia em brasas invisíveis
E foi resfriado de repente
Ainda era amor, mas muito mais calmo
Terno e compreensível
E esse anjo, o culpado
Era impossível de se amar
Porém, impossível de se esquecer

16.10.2000
Bárbara Nassif - 17 anos